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Materialidade e autenticidade na roda de samba: Considerações sobre o uso do microfone em rodas no Rio de Janeiro

Resumo

A roda é o formato mais comum de prática do samba, realizada em diferentes espaços nas cidades e adaptada às suas condições físicas. Este artigo discute as conformações materiais de disposição física e uso de amplificadores sonoros em tais rodas, que por sua vez ativam um debate sobre a autenticidade das mesmas. A mediação da materialidade, representada pela amplificação de vozes e instrumentos, atua neste estilo particular do samba por meio da performance, dos espaços, dos gostos, dentre outras negociações presentes na discussão sobre o gênero. Por vezes classificadas como “desamplificadas”, em outras lembradas pelo “canto no gogó”, a ideia de autenticidade nas rodas que evitam a amplificação configuram determinados modos de pertencer ao chamado do mundo do samba, pelo viés da tradição. O artigo ainda traz um estado de caso sobre a Rosa do Terreiro da Vovó, situada em Niterói – RJ, onde aparecem os elementos situados neste debate, não só por ser acústica, mas também por ser adjetivada como “o samba autêntico”.

Palavras-chave

Roda de Samba, Autenticidade, Acústica

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Biografia do Autor

Leonardo Brito Arouca

Mestre e Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF).


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