Entrevista - “Meu herói é o samba”: Tiãozinho da Mocidade, independente com raiz
Resumo
Imaginar uma língua que se restrinja a tomar nota. Que, no lugar de mapear um repertório incapturável na gramática do conceito, na economia do letramento historiográfico, mapeie o silêncio da paradinha da Avenida. Na história dos desfiles, a invenção desse silêncio – incapturável na lógica do conceito gráfico – está ligada à evolução da mais original orquestra de percussão de que se tem notícia, a bateria da Mocidade. Coisa que, na Vila Vintém, pertence ao leque de fundamentos que fazem a tradição da verde e branco: a relação entre a trajetória da Velha Guarda, e uma paisagem rítmica, atualizada como fundo de memórias coletivas gravadas na ritualização de um sentido vital comum. A biografia de Tiãozinho da Mocidade dá o toque para operarmos sob a perspectiva de uma epistemologia comum às invenções da Escola, baseada na intrincada relação entre território suburbano e identidade.
Biografia do Autor
Karina Smith
Graduada em Conservação e Restauração pela UFRJ.
Referências
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