Bailados poéticos e vozes ficcionais no sambar de Joãozinho da Goméia, o “Rei do Candomblé”, e Mercedes Baptista, a “Mãe do Balé Afro”
Resumo
O trabalho enfoca a relação entre Joãozinho da Goméia, pai de santo baiano que se fixou na Baixada Fluminense e transformou o terreiro em ponto de peregrinação de celebridades (levantando debates sobre o caráter espetacular e híbrido do seu candomblé), e a bailarina Mercedes Baptista, primeira mulher negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e uma das mais destacadas “alunas” do babalorixá. Mais especificamente, lança luzes para o trânsito de ambos os atores sociais no meio das escolas de samba do carnaval carioca: enquanto João foi um polêmico “destaque de luxo” em agremiações como Império Serrano, Império da Tijuca e Imperatriz Leopoldinense, figurando em listas de sambistas ilustres, Mercedes foi mais do que uma coreógrafa, transformando-se em peça-chave para a compreensão das experimentações cênicas vislumbradas nos desfiles que o GRES Acadêmicos do Salgueiro apresentou na década de 1960. Além de um mergulho teórico nas páginas que retratam as atuações carnavalescas desses artistas, serão observadas as “aparições” de ambos em desfiles sambistas das décadas de 2000 e 2010, com ênfase na narrativa de 2020 do GRES Acadêmicos do Grande Rio.
Palavras-chave
Joãozinho da Goméia, Mercedes Baptista, escolas de samba
Biografia do Autor
Gabriel Haddad Gomes Porto
Doutorando e Mestre em Artes pelo Programa de Pós-graduação em Artes do Instituto de Artes da UERJ, Bacharel em Relações Internacionais pela Unilasalle.
Leonardo Augusto Bora
Doutor e Mestre em Teoria Literária pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ, Bacharel em Direito pela UFPR, Licenciado em Letras Português-Inglês pela PUCPR. Professor de Fundamentos da Cultura Literária Brasileira da UFRJ.
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