Américo de Castro: um empresário entre linhas de bondes, contratos de concessão e política no Rio de Janeiro, Corte e província
Resumo
A historiografia sobre as reformas urbanas tem enfatizado o papel do Estado e os desdobramentos sociais e econômicos deste conjunto de ações — expansão de transportes coletivos, saneamento, urbanização. No entanto, outros agentes atuantes na reconfiguração do espaço público permanecem relegados a elementos meramente constitutivos desse processo, sem atenção ao seu movimento próprio, entre estes destaco o empresariado que opera no ramo da construção civil, seja por obras públicas ou por serviços que dependem das mesmas. A atuação da categoria começou a se intensificar com o incremento das concessões de obras públicas a partir dos anos 1870, aprofundando-se nas primeiras décadas da República. O presente artigo tem o propósito de refletir sobre as nuances da relação do concessionário atuante nas linhas transportes e na construção civil com o Estado, através do empresário Américo de Castro em sua trajetória nos empreendimentos de expansão das linhas de ferro carril, especificamente na década de 1870.
Palavras-chave
Empresário, Construção civil, Linhas de bondes
Biografia do Autor
Alexandra Aguiar
Doutora em História Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professora da rede estadual do Rio de Janeiro. Estágio Pós-Doutoral concluído no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), pesquisadora vinculada ao Grupo de Pesquisa “O Vale do Paraíba nos quadros da Segunda Escravidão”, dentro da linha de pesquisa “Instituições, Poder e Ciências”.
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