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Socialismo romântico e a cidade do Rio de Janeiro

Resumo

O artigo trata das ideias socialistas que circulavam no Rio de Janeiro entre o segundo e terceiro quartéis do Oitocentos e seus impactos nos projetos urbanos. Inicia com a história da palavra socialismo nos continentes europeu e americano — quando significou uma sociedade baseada na propriedade comum dos bens; estado de paz nas adversidades e modernidade — até o enunciado anticapitalista do socialismo romântico. A crítica romântica ou utópica condenando as grandes capitais, pregava o socialismo que realizaria o cristianismo ou a cidade republicana cuja organização estaria baseada na indústria, nas ferrovias e na livre associação dos trabalhadores. São examinadas as propostas dos socialistas românticos para o Rio de Janeiro através de periódicos, livros e de normas sugeridas pelos vereadores, entre os quais Manuel de Araújo Porto Alegre cuja atuação deve ser apontada. A luta contra a escravidão foi acompanhada por demandas de descanso aos domingos, igualdade das mulheres, sociedades de auxílio mútuo, homeopatia em favor dos despossuídos, higiene pública e de progresso. Às proposições socialistas acompanhava o plano de conjunto inaugurando a perspectiva de harmonizar o território.

Palavras-chave

Socialismo romântico, Plano, Rio de Janeiro, Posturas, Século XIX

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Biografia do Autor

Fania Fridman

Professora Titular do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ).


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